José Eduardo não é mais dono de seu destino. Deixou de sê-lo quando, em 2016, resolveu voltar para a vida pública candidatando-se, pela primeira vez, ao cargo de prefeito de Guaíra (SP), terra natal deste colunista. Desde então, o bom moço filho de família conhecida e tradicional da cidade, entrou no vórtice universal de Antoine de Saint-Exupéry; o piloto, escritor e ilustrador francês que ficou mundialmente conhecido como autor do atemporal “O Pequeno Príncipe”(Le Petit Prince, em francês). Na obra, publicada em 1943, Saint-Exupéry torna “imortal” a frase “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.” Eternamente responsável pelo que cativou como homem público , dono de uma educação irretocável e raríssimo gentleman num tempo em que só vemos e assistimos vulgaridades, José Eduardo, para sua própria felicidade, não têm mais o direito de ser dono de seu destino. O amor e a admiração inquestionável que os guairenses sentem pelo filho de Dona Edna tomaram de assalto afetivo o destino de José Eduardo, guiando-o para além de sua própria vontade. A candidatura a prefeito pela terceira vez, mais do que uma vontade de José Eduardo, mais do que uma concessão da ex-primeira-dama Elaine e até mesmo mais do que o desejo ardente que pulsa no peito de Dona Edna e escorre em lágrimas silenciosas pela face de seu Seu Adnaer; é, sobretudo, um destino tracionado pelos fatos, pela história, pelo desejo de justiça e pela convicção de que a busca da verdade nunca foi um caminho fácil embora seja, desde já, o único possível : o caminho de volta. Com a palavra, o “próprio” Pequeno Príncipe, dirigindo-se a José Eduardo, em francês e português, lembrando-o sobre como o destino escapou ao seu controle.

 

Conrado Vitali,54, guairense radicado em Brasília (DF) desde 1998, é jornalista e political marketer, tendo sido vitorioso em várias campanhas eleitorais que coordenou em sua terra natal (Guaíra-SP)