Quando começam a construir, clientes se deparam com pedras que impedem a construção da fundação das casas
O pior é que os prejudicados não podem sequer retirar as pedras já que os vizinhos não atingidos se opõem, com medo de que suas próprias casas sejam afetadas
O clérigo inglês Charles Caleb Colton (1870-1832), sabia muito bem o que estava falando quando afirmou, abre aspas, “a ambição comete, em relação ao poder, o mesmo erro que a ganância em relação à riqueza: começa a acumulá-la como meio de felicidade, e acaba a acumulá-la como objetivo”. Um dia, lá atrás, quando começou a fatiar as terras que recebeu de herança e mão beijada do pai, o agora prefeito de Guaíra (SP), Antonio Manoel da Silva Júnior; pode até ter procurado a “felicidade” proporcionada por bons negócios. Mas essa sensação, há muito, parece não lhe pertencer mais. Antonio Manoel, o PREFEITO-LOTEADOR, a julgar pelo que aqui vem sendo espantosamente revelado nos últimos trinta dias, que havia começado a acumular por felicidade, passou a acumular, já há um bom tempo, por objetivo. É assim, traído por sua fome insaciável por poder e dinheiro, que o chefe do executivo guairense, estreante mal preparado e nunca talhado para a vida pública executiva; apesar de todas as “bondades” financeiras distribuídas para domesticar a mídia amiga, que Antonio Manoel também não é mais capaz, mesmo montado em toda sua grana , de segurar vazamentos e denúncias que expõem detalhes sórdidos de bastidores que ele pretendia, numa prepotência infantil, manter escondidos atrás das cortinas de seu marketing oficial. Você ficará sabendo hoje como moradores do empreendimento “Antonio Manoel da Silva 1”, um dos incontáveis loteamentos de propriedade do PREFEITO-LOTEADOR, tem sido um pesadelo para moradores que torraram suas economias no sonho da casa própria. A seguir, em todos os detalhes.
“NO MEIO DO CAMINHO HAVIA UMA PEDRA”
É assim que crescem as denúncias de compradores de lotes do prefeito de Guaíra (SP), Antonio Manoel da Silva Júnior; que descobrem que seus terrenos escondem rochas logo abaixo da superfície. Os casos vêm sendo revelados na área onde fica o empreendimento “Antonio Manoel da Silva 1”, loteamento já com casas construídas e outras não, que fica exatamente ao lado de um novo empreendimento particular também do prefeito, o “Maria Luiza”, aquele mesmo que acumula denúncias de irregularidades no Ministério Público (entre as quais, a de ter sido beneficiado pelo afrouxamento de diretrizes concedido pela Administração Antonio Manoel para, pasme, o Prefeito-Loteador Antonio Manoel). Ali, no “Antonio Manoel 1”, as primeiras casas começaram a ser construídas ainda em 2019, por pessoas de boa fé que acreditaram estar diante da possibilidade de realizar o sonho sempre penoso da casa própria. Primeiro compraram o lote de Antonio Manoel, parcelando o valor e, depois, começaram, no limite de suas economias, a construir sobre os terrenos adquiridos. Muitos conseguiram mas outros tantos vivem um pesadelo. Explico, em detalhes e com fotos (publicadas e identificadas entre as imagens deste post): vários compradores de lotes do “Antonio Manoel 1”, quando começaram o projeto de suas residências, se depararam com pedras que impedem a construção da fundação das casas. É isso mesmo que você leu: o comprador, quando vai começar a erguer a casa (geralmente depois de sair do sufoco das prestações do lote), percebe que o lote que comprou de Antonio Manoel repousa sobre um platô de rochas. Para construir é preciso então, retirar aquelas pedras enormes encobertas por uma fina camada de terra que “maquiou” o lote na época da venda. Como no poema de Drummond, “no meio do caminho havia uma pedra”. No caso da tragédia de Antonio, “no meio do caminho dos compradores havia muitas pedras”. “Mas não basta então retirar as rochas, ainda que isso custe dinheiro não previsto no orçamento dos compradores de boa fé?” Para novo desespero dos compradores, não é tão simples assim, como se verá no próximo e estarrecedor tópico.
A BARRIGA, O MEDO DE REPRESÁLIAS E O CAMINHO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Nem todas os compradores de lotes do empreendimento “Antonio Manoel I” foram “premiados” com um chão de pedras. Há muitos que se salvaram na roleta russa do loteamento e, vivendo a sorte do “chão de estrelas”, puderam erguer suas casas sem nenhum problema. Mas a coisa é tão complexa e cretina que entre uma casa e outra erguidas no loteamento sem nenhuma intercorrência, existem lotes que não tiveram a mesma sorte. Um comprador que não quer se identificar e revelou o caso à uma fonte da coluna, demorou mais para tentar iniciar a construção de sua casa, que seria erguida num lote que já é ladeado por outros terrenos onde já há casas construídas. Ele, para o próprio desespero, descobriu que o seu lote parece um terreno na lua, cheio de pedras que resolveram “aparecer” por debaixo da superfície de terra que maquiava o problema. Procurado, Antonio Manoel, o PREFEITO-LOTEADOR, “magnânimo e bondoso”, se prontificou a emprestar as próprias máquinas para retirar “as pedras do caminho” do comprador. O DIABO É QUE FALTOU COMBINAR COM OS COMPRADORES DOS LOTES VIZINHOS, NÃO AFETADOS PELA TRAGÉDIA E QUE JÁ TEM CASAS ERGUIDAS E QUE ATÉ MESMO JÁ MORAM NO LOCAL. SIMPLES COMO UM PEDRA NA SUPERFÍCIE LUNAR: QUEM NÃO FOI “SORTEADO” COM O PROBLEMA, NÃO QUER, DE JEITO NENHUM, NEM COM “REZA BRABA”, PERMITIR QUE, DO LADO DE SUAS CASAS, MÁQUINAS PESADAS FAÇAM ESCAVAÇÕES PARA RETIRAR PEDRAS DO TAMANHO DE UM HOMEM ADULTO,COMPROMETENDO A FUNDAÇÃO DAS EDIFICAÇÕES VIZINHAS. “Vai rachar tudo a minha casa. Lamento, vizinho, mas você que se vire com o loteador. Não quero máquinas na janela da minha cozinha fazendo o terreno se mover e minha casa cair...”. Conseguem, leitores, perceber a desfaçatez do loteador que, sabendo da inviabilidade das escavações, faz a ceninha do “fica tranquilo, eu empresto minha máquina, sem custo para você?” Há um movimento crescente de compradores lesados que tentam receber o dinheiro de volta de Antonio Manoel. O PREFEITO-LOTEADOR, por meio de sua equipe cínica de funcionários, vai “barrigando” a situação e contando com o medo que os pobres diabos prejudicados têm de represálias. Mas isso está mudando. DIANTE DAS RECUSAS EM DEVOLVER O DINHEIRO, ANTONIO MANOEL, O PREFEITO-LOTEADOR, DEVE SOFRER UMA NOVA AÇÃO COLETIVA NO MINISTÉRIO PÚBLICO.
A LÓGICA INESCRUPULOSA DO APARTHEID SOCIAL
Boa parde dos lotes com pedras ficam nos fundos do loteamento “Antonio Manoel I”. Em geral, são terrenos mais baratos, vendidos a compradores com menos recursos e, portanto, com menos repertório e condições financeiras para questionar ou causar problemas para o Golias que lhes vendeu gato por lebre. As vítimas são Davis desamparados. Trata-se de uma lógica perversa e inescrupulosa de apartheid social praticada por um loteador que se tornou prefeito e uma de suas primeiras medidas, como chefe do executivo, foi afrouxar as regras da prefeitura para concessão de loteamentos para si mesmo. Trata-se, sobretudo, de um escárnio surreal esperando para ser freado pela lei. Sabe-se que a justiça tem sua própria velocidade, cadenciada pelo direito à presunção de inocência; mas os escândalos que se acumulam envolvendo os negócios e a vida pública do prefeito de Guaíra (SP) indicam um inafastável destino trágico para quem já impôs aos outros tantas tragédias, alimentado pela própria e estúpida sensação de impunidade. Cedo ou tarde – talvez mais cedo do que tarde – as punições virão. A começar pelo tribunal das urnas, ao alcance da caneta do cidadão enquanto se espera a caneta do juiz.
A CONIVÊNCIA INDECENTE DA “MÍDIA AMIGA”
Mas raios, por que todos esses casos cabeludos envolvendo os loteamentos do PREFEITO-LOTEADOR jamais foram levados a público pela imprensa local? Falta de avisar? Falta de denunciar? Não, caros coleguinhas. Foi falta de vergonha na cara mesmo. Falta de vergonha na cara de órgãos de imprensa cuja receita publicitária sempre foi abastecida por anúncios dos empreendimentos de Antonio Manoel. Quem recebe de Antonio Manoel não critica Antonio Manoel. “Sabe como é...todo mundo tem contas a pagar e anúncios a receber”.
ESPERTO ESCALDADO
Como os gatos, os espertos também têm medo de água fria. Como já percebeu que todo o dinheiro que gastou com os amiguinhos da imprensa borra-botas não foi suficiente para encobrir a verdade justamente em seu último ano de governo (“acaba logo pelo amor de Deus!”), Antonio Manoel, o PREFEITO-LOTEADOR, anda tomando algumas providências “preventivas”. É assim que esta coluna revela também nas imagens deste artigo, fotos (devidamente identificadas) de caminhões e máquinas retirando pedras, anteontem (sábado) encontradas na área do empreendimento “Maria Luiza”, que fica exatamente ao lado do empreendimento “Antonio Manoel 1” e trata-se, desde o início, de uma continuidade do primeiro. Como o cerco está se fechando e os escândalos brotam como praga em pastos mal cuidados, o PREFEITO-LOTEADOR está fazendo no “Maria Luiza” o que não fez e deveria ter feito, à luz da lei e da ética empresarial, no “Antonio Manoel 1”: retirar as pedras do terreno antes de vendê-lo, em lotes, para compradores de boa fé, passados para trás por quem acumula riqueza por objetivo.
Nas imagens deste post, as fotos identificadas do empreendimento Antonio Manoel I, mostrando lotes rochosos entre casas já construídas e fotos do empreendimento Maria Luíza (imediatamente ao lado), com máquinas retirando pedras imensas. Ao perceber que os problemas do “Antonio Manoel I” que tentou varrer para debaixo do tapete vazaram a barreira bandida da mídia amiga , o PREFEITO-LOTEADOR correu para não cometer o mesmo acinte no “Maria Luiza”. Agora é tarde.