A CONTA foi espetada nas costas do contribuinte, que Antonio Manoel parece considerar fácil de “amansar” com festas populares de “porteiras abertas” pagas com dinheiro público
Relaxamento das regras FOI ASSINADO pelo então Diretor do Deágua, José Mauro Caputi Júnior; e pelo Diretor de Obras, José Milton Vilela Nogueira
Caso está com o MINISTÉRIO PÚBLICO
Ainda no século XIX, o romancista, dramaturgo e poeta brasileiro Álvares de Azevedo (1831-1852), autor de “Noite na Taverna”, já deixava clara e crua a podridão da existência. Dizia ele, abre aspas: “a vida é um escárnio sem sentido; uma comédia infame que ensanguenta o lodo”. Vivo fosse e conhecesse, a miúde, o lodo do atual governo municipal de Guaira (SP), terra natal deste que insiste em vos escrever; Azevedo certamente correria para uma taverna qualquer e, num canto escuro, iria encher a cara na tentativa de entender como um povo permaneceu, por dois longos anos, enganado pelo discurso oficial “moralizador” usado, com apoio sem vergonha da mídia local, para encobrir imoralidades e ilegalidades. Você vai conhecer hoje, em detalhes e com farta comprovação documental, como o prefeito de Guaíra (SP), Antonio Manoel da Silva Júnior; autorizado por seus “próprios” Departamentos de Obras, Água e Esgoto, ligou seu loteamento particular direto na rede pública de abastecimento de água para lucrar “módicos” R$ 7,5 milhões que deveriam ter saído do seu bolso caso as regras do jogo não tivessem sido modificadas sob seu comando. Sim, a vida é um escárnio sem sentido. Em Guaíra (SP), o lodo vive ensanguentado pela comédia infame de uma administração narcotizada pela sensação de impunidade.
A TRAMOIA
Eleito em 2021 para um mandato-tampão de três anos, Antonio Manoel, sabedor de que o dinheiro não dorme, não perdeu tempo. Loteador milionário, o então novo chefe do executivo guairense agiu rápido. Colocou sabujos em órgãos estratégicos para facilitar seus negócios com o poder público que ele mesmo passava a comandar como chefe do executivo. No Deágua, o Departamento de Água e Esgoto da cidade, um dos órgãos municipais responsáveis pela emissão de diretrizes para loteamentos; colocou ninguém menos que seu coordenador de campanha, José Mauro Caputi Júnior. Sim, o mesmo Caputi que não resistiria no cargo depois que vazaram aúdios de um pupilo seu vendendo “indulgências” para evitar o corte no abastecimento de consumidores inadimplentes. No Departamento de Obras, o outro órgão também responsável por autorizações de loteamentos na cidade, colocou o arquiteto José Milton Vilela Nogueira, ovelha desgarrada do antigo chubacismo que aceitou, em troca do emprego, converter-se ao “manoelismo de resultados”. Obedientes, Caputi e Vilela foram velozes em mostrar que estavam à altura da vassalagem que se esperava deles. Em FEVEREIRO de 2022 (três meses depois da posse do prefeito) , o Departamento de Obras emitia, com a rubrica de seu diretor (veja documento reproduzido entre as imagens deste post), novas e bondosas diretrizes destinadas a relaxar as exigências para o empreendimento Maria Luíza, novo e lucrativo loteamento de Antonio Manoel, o PREFEITO-LOTEADOR. Para a dobradinha lacaia não dar na cara, no mês seguinte, em MARÇO (quatro meses depois da posse do prefeito), foi a vez do Departamento de Água e Esgoto avalizar a tramoia, também emitindo novas diretrize s(veja documento reproduzido entre as imagens deste post), na exata medida para permitir que o PREFEITO-LOTEADOR aumentasse sua já indecente margem de lucro no empreendimento Maria Luiza. A manobra, tão pura quanto as nomeações que a viabilizaram, autorizava o PREFEITO-LOTEADOR a saquear, “dentro da lei”, o pobre dinheiro da viúva (mas pode me chamar de prefeitura). Enquanto você procura uma taverna, eu mostro o lodo. No próximo tópico.
LOTEAMENTO PARTICULAR DO PREFEITO-LOTEADOR LIGADO DIRETO NA REDE PÚBLICA DE ABASTECIMENTO
O escárnio sem sentido e a comédia que ensanguenta o lodo estão, entre outras tantas e repulsivas constatações, no loteamento particular do PREFEITO-LOTEADOR ligado direto na rede pública de abastecimento. Explico, em todos os sórdidos detalhes: ainda em 2021, quando, já certo de sua impunidade futura, o ainda candidato Antonio Manoel foi flagrado abrindo as ruas e quadras de seu loteamento sem alvará da prefeitura, as regras (diretrizes) para loteamentos estavam submetidas a um rígido código de exigências determinado pelo então prefeito-interino Edvaldo Morais. Naquela época, a administração municipal, não contaminada pelos interesses privados do futuro mandatário, informou ao CANDIDATO-LOTEADOR Antonio Manoel que seu loteamento só seria autorizado SE ELE CUMPRISSE A EXIGÊNCIA DE PERFURAR, NO LOCAL, UM POÇO PROFUNDO CAPAZ SUPORTAR O ABASTECIMENTO DE ÁGUA NO LOCAL SEM CAUSAR DANOS À REDE PÚBLICA. A diretriz do Governo Edvaldo Morais era clara, abre aspas: "O SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA EXISTENTE NÃO POSSUI CAPACIDADE DE ATENDIMENTO AO EMPREENDIMENTO EM QUESTÃO, DEVENDO PARA TANTO SEREM CONSTRUÍDOS UM POÇO TUBULAR PROFUNDO, QUE APRESENTE VAZÃO MÍNIMA DE 250 M¾/H, E UM RESERVATÓRIO QUE GARANTA NO MÍNIMO UM TERÇO DA VAZÃO CONSUMIDA DIARIAMENTE, AMBOS DEVERÃO SER INSTALADOS NO PONTO MAIS ELEVADO DO EMPREENDIMENTO, DE FORMA A GARANTIR A DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA POR GRAVIDADE". A construção do poço e do reservatório custariam aos bolsos do CANDIDATO-LOTEADOR a bagatela de R$ 7,5 milhões. O que fez então, “nosso herói” e “pai de toda a moralidade”? Esperou para dar o bote. Não sem antes, ainda como CANDIDATO-LOTEADOR, começar a abrir, “desde então”, as ruas e quadras de seu novo loteamento SEM ALVARÁ DA PREFEITURA, conforme demonstraram imagens de satélite da época já divulgadas aqui. Perceba, com espanto inevitável, a sensação de impunidade futura: “QUANDO EU FOR PREFEITO EU MUDO AS REGRAS; ENQUANTO ISSO NÃO ACONTECE, EU PASSO POR CIMA DA LEI E JÁ COMEÇO A ABRIR AS RUAS DO MEU FUTURO LOTEAMENTO”. Não deu outra. Ao assumir como chefe do executivo e agora PREFEITO-LOTEADOR, Antonio Manoel, nosso “intrépido estrategista”, muda as regras do jogo, por meio do Departamento de Obras e do Deágua, conduzidos pelos fiéis escudeiros José Milton e Caputi. O PREFEITO-LOTEADOR estava “autorizado” pelos próprios subordinados a ligar o abastecimento de seu milionário loteamento DIRETO na rede pública de distribuição de água na cidade. ANTONIO MANOEL, O EMPRESÁRIO , ficava, a partir dali, dispensado de enfiar a mão no bolso e construir um poço profundo e um reservatório que lhe custariam R$ 7,5 milhões. Tudo devidamente autorizado e legalizado pela turma de ANTONIO MANOEL, O PREFEITO. “Espelho, espelho meu, pode haver mais lodo ensanguentado do que eu ?”
A MÁGICA DA REDUÇÃO POPULACIONAL
Mas, raios! Como tentar justificar a “DESNECESSIDADE” repentina para não construir nem o poço e nem o reservatório?!?!? No altar de todos os santos sempre cabe mais um na tenda dos milagres. Eis que, para espanto de quem pensa e felicidade de quem lucra, a dobradinha criativa dos departamentos de OBRAS e ÁGUA, devidamente subordinada ao prefeito ANTONIO MANOEL, inventou o a mágica da “REDUÇÃO POPULACIONAL”. As novas diretrizes amigas do PREFEITO-LOTEADOR, conscientes de que o papel, qualquer papel, aceita tudo, DIMINUÍRAM A ESTIMATIVA DE “DENSIDADE HABITACIONAL” DOS LOTES DE 5 PARA 4 HABITANTES. A MALANDRAGEM É MATEMÁTICA: com a repentina e “esperta” redução da densidade por lote, a conta geral diminuiu para 1.122 habitantes o número de pessoas a ocupar o loteamento. Assim, “voalá”, conforme mostra estudo independente de engenharia ao qual a coluna teve acesso, com a redução populacional feita na diretriz, houve um subdimensionamento das redes de distribuição de água e coleta de esgoto, gerando, “voalá” de novo, uma redução de 20% nesses mesmas redes, DESOBRIGANDO ASSIM Antonio Manoel, nosso probo loteador (ou seria prefeito?) e inominável prefeito (ou seria loteador?) de gastar os R$ 7,5 milhões que as regras anteriores o obrigavam. Loteador é loteador, prefeito é prefeito e Mandrake é Mandrake.
E AGORA MANOEL?
Bom, a julgar pelo modo como pensa e age o rei da coisa certa, padrinho da imprensa servil e ídolo dos lacaios das milícias digitais, nada como uma festa do peão milionária, com “portões abertos” pagos com dinheiro público. Afinal, como ainda pensam alguns neocoronéis, “para amansar o distinto povo basta uma cerveja barata, uma entrada franca (paga pelos impostos do contribuinte ) e um show de primeira...
QUAL CASTIGO VEM PRIMEIRO: O DA LEI OU O DAS URNAS?