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“BONECO DE VENTRÍLOQUO” DE JOSÉ EDUARDO TEM POUQUÍSSIMAS CHANCES DE DAR CERTO

Depois de perder metade dos votos de um ano para outro, José Eduardo parece padecer de “vertigens de baixa altitude” ao achar que pode fazer de um poste qualquer, um candidato competitivo

Conrado Vitali
Por: Conrado Vitali
07/02/2024 às 18h29
“BONECO DE VENTRÍLOQUO” DE JOSÉ EDUARDO TEM POUQUÍSSIMAS CHANCES DE DAR CERTO
Boneco de ventríloquo em versão “vintage”
Na verdade o que pode estar por trás do movimento “insensato” do filho de Dona Edna é jogar mais um companheiro aos leões (como foi feito com Edvaldo Morais em 2021) apenas para reforçar que o único nome “viável” é ele mesmo
O improvável não é impossível. Na teoria, até viagens no tempo são consideradas “exequíveis”, ainda que muito improváveis. É assim, que para o bem de toda a verdade, não seria honesto ou tão pouco crível afirmar que é impossível que o ex-prefeito impugnado José Eduardo Coscrato Lelis não consiga fazer de um poste qualquer, um nome competitivo a substituí-lo nas cada vez mais próximas eleições municipais. Sim, não é impossível. Mas é bastante improvável que o “Boneco de Ventríloquo” de José Eduardo não passe de um tolo deslumbrado com as bençãos de um ex-mandatário enrolado com acusações graves de corrupção na justiça. Edvaldo Morais que o diga. Mesmo com um rápido e surpreendente mandato interino, quando pôde mostrar que tinha competência para governar Guaíra antes que novas eleições fossem convocadas, Morais aprendeu, a duras penas, como um padrinho tóxico pode complicar a vida de um afilhado corajoso. Em 2020, ao se tornar o primeiro prefeito reeleito da história de Guaíra pelas mãos talentosas (e sem nenhuma falsa modéstia) deste escriba que vos fala, José Eduardo obteve 11.354 votos (58,95%). No ano seguinte, depois de sua queda em virtude das garras do GAECO ( e não, como equivocadamente se imagina, pelo episódio da entrevista “favorável” de Dona Edna a um jornal local), Edvaldo, herdeiro da “popularidade” e, na teoria, “afilhado” político de um ex-prefeito impedido, teve 5.964 votos (37,01%). De um ano para outro, mesmo com apoio “declarado” (mas falso) de José Eduardo, Morais recebeu 5.390 votos a menos do que o “padrinho”. Uma queda de impressionantes 52,5% na preferência dos eleitores. Isso tudo muito antes da cidade já ter dois condenados em primeira instância justamente dentro do escândalo em que José Eduardo e seu então vice, Renato Moreira, são acusados de formação de quadrilha pelo Ministério Público do Estado de São Paulo. Diante de quadro tão trágico, é razoável supor, para o bem de todos aqueles que preferem ficar longe da tolice e do deslumbramento, que um eventual “boneco de ventríloquo” de José Eduardo tem pouquíssimas chances de dar certo.
 
A MANIPULAÇÃO POR TRÁS DO “DESEJO DE INFLUENCIAR”
Na verdade o que pode estar por trás do movimento “insensato” do filho de Dona Edna é jogar mais um companheiro aos leões (como foi feito com Edvaldo Morais em 2021) apenas para reforçar que o único nome “viável” é ele mesmo. Há uma cordilheira de evidências nesse sentido. Assombrado pelo risco real de ser condenado (ainda que em primeira instância) à prisão por ter, segundo o Ministério Púbico, supostamente sido “parceiro do crime” do vice Renato Moreira, que seria – também supostamente – o chefe do esquema que desviava recursos da pasta de esportes, José Eduardo está enrolando para anunciar qual será o seu papel nas eleições deste ano não por ser um “fino estrategista” mas sim e simplesmente por não ter certeza sobre o próprio futuro. O sempre crédulo eleitor precisa aprender a enxergar o que está por trás cortinas, no fundo do palco, nas coxias. Um entre vários dados concretos que gritam de tão evidentes: os recentes e publicizados movimentos de José Eduardo para dar à irmã o “protagonismo” dos negócios da família vai muito além do que poderia ser uma “demonstração de humildade” de um ex-prefeito produtor rural que sempre se julgou um bambambam do agronegócio. No fundo, José Eduardo precisa parecer secundário no comando dos negócios agrícolas para tentar evitar que uma eventual condenação alcance o patrimônio da família na forma de ressarcimento aos cofres públicos. Dá até para imaginar o tamanho da tolice do pobre coitado que aceitar ser o “ungido” de José Eduardo para disputar as municipais de logo mais. Não passará, certamente, de um deslumbrado incapaz de perceber, narcotizado pela falsa importância que lhe será atribuída, que, no fundo, não passa de um peão no xadrez egoísta de José Eduardo. Lá na frente, mantendo sua “mística” à custa do uso descarado da imagem derrotada de “companheiros”, José Eduardo não hesitará em dizer “em 2021 (Edvaldo derrotado) não vencemos porque eu não fui o candidato; em 2024 (boneco de ventríloquo humilhado) nós fomos novamente perdedores porque, de novo, eu não fui candidato”.
 
MAS, E NA HIPÓTESE, AINDA QUE REMOTA, DE DAR CERTO?
Só daria, com ressalvas de muito improbalidade, a partir da convergência de dois fatores. PRIMEIRO: José Eduardo teria que vencer o medo e, de fato, se colocar à disposição do ungido para fazer o que fosse necessário: declarações reais (e não falsas como a do já “lendário” e infame vídeo da campanha suplementar de 2021 em que finge apoiar Edvaldo Morais enquanto torce por sua derrota); mobilização dos partidos e de colaboradores, presença constante nas ruas em favor do escolhido (sim, José Eduardo precisaria “tirar férias” de suas propriedades e colocar tudo na mão da irmã); espírito combativo no sentido de denunciar, desde ontem e não às vésperas da campanha, os desmandos do atual mandatário que por enquanto surfa sozinho e à vontade , apesar das inacreditáveis provas que tem produzido contra si mesmo e ninguém dizer nada a não ser aquele jornalista de Brasília que já venceu uma coleção de eleições na cidade, é independente e nunca teve medo de cara feia; assinar os cheques, colocando sua estrutura financeira a serviço do projeto de poder; se levantar, publicamente e desde já, contra as acusações das quais se defende na justiça, adotando uma narrativa clara e pública de que “houve golpe” .SEGUNDO: abdicar das vertigens de baixa altitude de achar que os puxa-sacos iletrados remunerados no câmbio da esmola poderiam ajudar mais do que a fronteira de suas limitações. Para não ser um “boneco de ventríloquo” fadado à humilhação , o “ungido” por José Eduardo teria que ter à sua disposição uma campanha altamente profissionalizada, capaz de arrancá-lo da condição de poste e colocá-lo, de verdade, na raia da viabilização política. Importante e fundamental ressaltar que todos esses fatores ainda podem não ser suficientes para que o improvável mostre-se possível.
 
FALTA DE VIDA
Na imagem deste post, um boneco de ventríloquo em versão “vintage”. Eles sempre existiram. Sempre sentados no joelho de alguém que tenta disfarçar que a voz na boca dura do boneco não está saindo dos lábios trêmulos do ventríloquo. Quase sempre a mentira fica evidente na explícita “falta de vida” do boneco.
 
A coluna “Por trás das Cortinas” é dedicada exclusivamente aos leitores e seguidores de Guaíra (SP), terra natal do autor.
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Esse é o texto para definição dessa coluna no perfil pessoal de rede social do Jornalista Conrado Vitali, que atualmente reside e trabalha em Brasília - DF.
Aqui serão reproduzidos seus textos na íntegra, sendo que tal reprodução está previamente autorizada pelo autor.
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