Março de 1991... a data gravada no rodapé da foto colorida remete a lembranças de 33 anos atrás, quando eu e o PT guairense fizemos nosso primeiro grande enfrentamento com a prefeitura local, na administração do saudoso Minininho (José Pugliesi), do PFL. Ameaçados de despejo, saímos em defesa dos favelados do bairro Vivendas, um grupo de 12 famílias pobres que viviam em 11 barracos de lona plástica preta, às margens do córrego Ribeirão do Jardim, em condições de extrema miséria. Entre os moradores, haviam idosos e cerca de 30 crianças, algumas em idade escolar. Além de arrecadação de alimentos, roupas e medicamentos, auxiliados pelo acadêmico de direito Eduardo Garcia de Lima e seu pai, o vereador Clóvis Garcia de Lima (PFL), o PT obteve apoio gratuito do advogado Dr. Alcino Oliva que conseguiu suspender na justiça a reintegração de posse que já tinha data e hora marcada. Chamada por petistas, equipe da EPTV de Ribeirão esteve no local e fez uma comovente reportagem, com uma declaração muito infeliz do então prefeito Minininho, afirmando que as máquinas da prefeitura iriam sim derrubar os barracos, pois "quem não tem condição de pagar aluguel, não mora".
Despejo evitado, todas as famílias foram assistidas e realocadas com dignidade para moradias alugadas e pagas pela prefeitura, trabalho coordenado com muita sensibilidade e competência pela assistente social Marcia Angélica Vieira, então gestora da promoção humana municipal.
Minha opção pelos pobres é compromisso de vida e vem da fé cristã.
Quem diria, três décadas depois, eu e Marcia, agora juntos no Partido dos Trabalhadores, estamos em novo enfrentamento habitacional com o governo municipal, tentando sensibilizar o prefeito Antônio Manoel da Silva Júnior (Junão) a não dar as costas para as famílias guairenses de baixa renda, aquelas que tem renda mensal familiar de até R$.2.600,00, que necessitam de casa própria e que só terão condições de realizar este sonho através do programa Minha Casa, Minha Vida Faixa 1, do governo federal.
Ao sair da prefeitura em 2016, deixei área e projetos prontos, para construção de 363 moradias de interesse social pelo MCMV Faixa 1 que, agora com a volta do LULA e do programa, isso pode se tornar realidade, só depende do prefeito Junão (e de um mínimo de bom senso). Por esta modalidade, as prestações mensais serão de R$80,00 a no máximo R$260,00, com prazo de pagamento fixado em 5 (CINCO) anos apenas.
Por quê essa teimosia absurda e nada inteligente de abandonar esse projeto e entregar de bandeja a única área que restou para a CDHU (leia-se governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, partido do prefeito)? Será que ele ou assessores não estão ouvindo os reclamos de inúmeros mutuários do conjunto habitacional Antônio Nogueira Lelis (232 casas), entregues recentemente, quanto à má qualidade, valores abusivos de prestações e prazos de pagamento que chegam aos 30 anos?
Não existe base para comparação entre um e outro programa caro prefeito. Salta aos olhos de qualquer um, até mesmo de iletrados, que o MCMV Faixa 1 é a melhor opção e, mais do que isso, A ÚNICA E ÚLTIMA possibilidade real HOJE das famílias de baixa renda guairenses serem contempladas com o sonho da casa própria.
Será que o problema é ideológico (rejeitar o projeto porque tem a marca do LULA, do PT e do meu governo)?
Esqueça a disputa nacional de 2026 e pense no agora, ainda mais você que tem pretensões políticas de continuar no cargo e passará pelo veredicto das urnas em aproximadamente seis meses.
Mesmo que nossa luta seja inglória, eu e meus companheiros(as) de partido faremos de tudo para esclarecer e levar ao conhecimento de todos os guairenses, especialmente dos pobres, o absurdo que está acontecendo em Guaíra na área da habitação de interesse social.
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