Vamos iniciar falando da seção escolhida para esse texto: Jardim/horta, nesse caso mais especificamente Jardim.
O jardim é um lugar agradável na casa, onde vislumbramos e apreciamos a beleza e os bons aromas, tem uma função não somente estética, bem como terapêutica e nos auxiliam na tarefa diária de cada um que é se manter no eixo.
Fazer um arranjo de flores não é tarefa tão simples como pode parecer para muitos, pois exige discernimento e bom gosto, além é claro, de algum conhecimento técnico, pois, ainda que os cactos estejam em alta e na moda, ninguém em sã consciência, tentaria harmonizar em um mesmo vaso, os espinhos dos cactos com a delicadeza das pétalas das orquídeas (por exemplo).
Existe a questão das cores, das nuances e são raros os casos em que se façam vasos onde as flores estejam sem as folhas, já que o verde das folhas enaltecem a cor daquela flor.
Já tentaram colocar em um mesmo vaso o cravo e a rosa? sim... não???... bom, eu nunca tentei, mas minha imaginação não me permite pensar em algo harmônico.
Então vamos lá... segue a história e os diálogos.
O VASO DO CRAVO E A ROSA
Eis então que um grande vaso estava em formação e aquela pessoa que fazia as escolhas, rebolava daqui, rebolava dali, na tentativa frustrada de "harmonizar" nesse arranjo todas as flores que estavam a sua disposição.
E tinha de td hein, mas de td "mexxxxmo": papoula, copo de leite, margarida, girassol, antúrio, gerânio, azaléia, alfazema, primavera, lírio, jasmim, orquídea, entre tantos outros, incluindo os nossos velhos conhecidos "O cravo e a rosa".
E ai essa jardineira iniciou a arrumação do vaso, tendo como única preocupação colocar nesse arranjo 80% de espécies de gênero feminino e assim foi feito.
Dependendo da localização dentro do vaso é primordial que a flor tenha folhas, pela questão da estética e harmonização mesmo... eis que algo tão simples acabou por se tornar um cavalo de batalha que "embarreirou" algumas flores que gostariam de fazer parte do arranjo.
Mas é preciso lembrar que pau que bate em Chico, não bate em Francisco... impreterivelmente... segue o diálogo:
Rosa - Dona Margarida, quero estar no vaso!
De prancheta em punho, e como se fosse a guardiã da entrada do céu com o aval de São Pedro, Margarida olha de baixo até em cima para Rosa e faz a pergunta que já havia sido respondida somente com aquele olhar inquisidor:
- Minha querida amiga Rosa, vc tem folhas?
Nesse momento, Rosa olha para si e constata que não tem folhas, e a tristeza toma conta do seu olhar imediatamente. Em uma tentativa de comover a amiga Margarida, ela argumenta:
- Sou bela, cativante, perfumada, o frescor e a maciez das minhas pétalas encantam a todos por onde eu passo.
Margarida, que até então não tinha demonstrado sentimentos, coloca de lado por uns momentos a sua postura de "designer" do vaso, e responde:
- Entendo e concordo com tudo isso Rosa, sei o quanto vc é querida e no quanto poderia deixar nosso arranjo melhor, mas ordens são ordens e regras são regras... temos que cumprir.
É então que aponta na esquina "malandramente" o cravo que vem andando e sacudindo os dois braços como se o mundo todo lhe pertencesse:
- E ai Margarida? Suave? Tô chegando na área.
E assim passa e se coloca dentro do vaso.
Indignada, Rosa questiona:
- Pq ele entrou direto? Vc nem olhou na prancheta!!!... e eiiiiiii.... ele não tem folhas!!!
E Margarida lhe respondeu com sorrisinho de canto de boca:
- Ele vai trazer depois.
Desnecessário dizer que a Rosa está de olho, e com ela um jardim inteiro, pois, mesmo aqueles que não almejavam estar no vaso, tem o seu direito de questionar as escolhas feitas e exigir mudanças, caso isso seja necessário.
E assim terminamos essa nossa singela historinha de hoje. Espero que tenham gostado!!! Mil bjkas a todos