Vivemos tempos em que o feed rola mais rápido do que conseguimos processar e o TikTok dita o ritmo da atenção. Nada contra, até porque eu também frequento esses espaços, me divirto e aprendo por lá. O problema não está na existência dessas plataformas, mas na forma como nos relacionamos com elas. A diferença entre o remédio e o veneno é, basicamente, a dosagem.
A juventude parece ter perdido o interesse pela leitura mais profunda, aquela que exige tempo, paciência e uma certa entrega. O livro não oferece likes imediatos, nem recompensas instantâneas, mas entrega algo que vai além: reflexão, empatia, conhecimento.
A falta de divulgação e engajamento com o universo dos livros contribui para esse distanciamento. Parece que o marketing do efêmero ganhou a batalha contra o eterno. Mas será que precisamos escolher um lado? Talvez o segredo esteja em encontrar o equilíbrio, aquela parcimônia que, mesmo soando antiga, é tão atual quanto necessária.
Ler não precisa ser uma obrigação chata, assim como consumir redes sociais não deve ser um vício incontrolável. A dose certa transforma. O excesso, intoxica. E a falta, empobrece.
Que tal dosar melhor?